Paradigmas são as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência.”
(Kuhn, 1997)

sábado, 20 de outubro de 2012

Triade da Mulher Atleta

A TRÍADE DA MULHER ATLETA
Cada vez mais o número de mulheres praticantes de atividade física, seja ela de caráter profissional ou recreacional, vem aumentando.
Segundo o Comitê Olímpico Brasileiro, o primeiro registro de uma mulher brasileira a participar dos Jogos Olímpicos de verão foi em 1932, em Los Angeles. Esta, a nadadora Maria Lenk, que aos 17 anos, foi a primeira sul-americana a participar de uma competição Olímpica, competindo três provas: 100m livre, 100m costas e 200m peito.
Com o crescente interesse da mulher em relação a pratica esportiva profissional, nos jogos Olímpicos de Pequim, no ano de 2008, 133 mulheres competiram representando o Brasil. Dentre as quais, muitas modalidades obtiveram medalha ( ouro, prata e bronze).

Muitas atletas buscam a qualquer custo a melhora da performance ou da forma física, ocasionando em problemas de saúde. Esta busca leva muitas vezes, a chamada Triade da mulher atleta, que segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva, é caracterizada pela inter-relação entre disponibilidade de energia, a função menstrual, e a densidade mineral óssea, que pode acarretar em manifestações clínicas, tais como distúrbios alimentares, amenorréia hipotalâmica funcional e osteoporose.
Diferente do que muitos pensam, esta tríade por acometer jovens atletas ou até mesmo atletas não profissionais, em qualquer idade.
O ciclo menstrual normal ocorre com a liberação de certos hormonios. A amenorréia primária (retardo da menarca) é a ausência de menstruação em uma menina de 16 anos com caracteres sexuais secundários(3). A amenorréia secundária comumente ocorre associada a perda de peso e ao treinamento físico intenso; o distúrbio na mulher atleta já é reconhecido como amenorréia de causa hipotalâmica (4). Alguns crêem erroneamente que a amenorréia é um indicador de uma intensidade adequada de treinamento e não um sintoma que requeira atenção médica(3). Dados mostram que a prevalencia da amenorreira em atletas é de 1- 44%(1)
Após vários estudos, mudou-se o conceito de que a amenorréia da atleta era um fenômeno benigno, e passou a tornar-se causa de perda óssea prematura(4).
Sabe-se que o hipoestrogenismo está relacionado à osteoporose pós menopausa. Assim, a amenorréia hipotalâmica associada à Triade da mulher atleta também pode levar à osteoporose prematura. Segundo Pardini(2001), baixo peso e má nutrição são fatores importantes na determinação do início da desmineralização na presença de amenorréia.
A prevalência de osteopenia e osteoporose, entre atletas do sexo feminino é baixo, mas uma série de estudos relataram uma diminuição significativa na densidade mineral óssea vertebral entre os jovens atletas do sexo feminino com disfunção menstrual (2).
Além de todos os fatores acima, muitas atletas passam a ingerir quantidades insuficientes de calorias, favorecendo ou facilitando outros disturbios.
Portanto é importante não só a atenção aos possíveis sinais da Triade, para um diagnostico e tratamento precoce, mas a prevenção,  evitando-se, assim, problemas futuros.



REFERENCIAS
1.      Birch, K. Female athlete triad. BMJ. 2005 January 29; 330(7485): 244–246
2.       Borgen, J.S ; Torstveit, M. K. The female football player, disordered eating, menstrual function and bone health. Br J Sports Med. 2007August; 41(Suppl 1): i68–i72
3.       The Female Athlete Triad. American College of Sports Medicine. 2007. Link: http://www.acsm.org/AM/Template.cfm?Section=Home_Page&CONTENTID=8805&SECTION=Media_Referral_Network&TEMPLATE=/CM/ContentDisplay.cfm
4.      Pardini, D. P. Alterações Hormonais da Mulher Atleta. Arq Bras Endocrinol Metab vol.45 no.4 São Paulo Aug. 2001

terça-feira, 16 de outubro de 2012




Dry Needling no tratamento de Pontos Gatilhos



Dry Needling, também conhecido como “Agulhamento a Seco”, é uma técnica que consiste em inserir uma agulha de Acupuntura Sistêmica diretamente em um ponto gatilho a fim de desativá-lo. É importante esclarecer que essa técnica não é um ramo da Acupuntura, proveniente da Medicina Chinesa, já que a sua aplicação não visa o reequilíbrio energético dos meridianos, e sim, a liberação do ponto doloroso.

                    


No momento em que a agulha atinge a pele, ocorre uma ativação das fibras Aδ (delta) e, consequentemente, uma inibição das fibras C, as quais estão relacionadas ao estímulo doloroso do ponto gatilho (1). Um estudo mostra que o tratamento é mais efetivo quando ocorrem contrações (espasmos) locais para, posteriormente, promover um relaxamento da banda tensa devido à quebra do ciclo de contração (2).
                         
Em um estudo mais antigo Garvey et al (1989) consideraram  o agulhamento a seco equivalente à anestesia local, corticosteroides e “spray” para o tratamento de dor lombar (3). Indivíduos com cefaleia tensional tratados com agulhamento a seco tiveram melhora da dor e da amplitude de movimento cervical, quando comparados com indivíduos que receberam agulhamento placebo (subcutâneo) (4).

Estudos mostraram que os pontos gatilhos podem gerar fraqueza, diminuição da amplitude de movimento, dor referida e consequente limitação funcional, o que em um cenário esportivo pode representar um afastamento do atleta e grande prejuízo para a equipe.

Um artigo de revisão concluiu que o agulhamento a seco não é uma boa alternativa para tratamento de dores crônicas, mas que é o tratamento de escolha para atletas com dores bem localizadas e relacionadas aos pontos gatilhos (5). Outro estudo com atletas de elite de voleibol mostrou que o uso da técnica promoveu a redução da dor e a melhora da função do ombro em curto prazo (6).



Embora essa técnica se mostre eficaz em alguns estudos, há pouca evidência quando comparada às outras abordagens terapêuticas, inclusive com placebo. Independente da forma de tratamento do ponto gatilho é importante identificar e orientar o paciente em relação aos fatores predisponentes (5).

Uma crítica em relação ao curso de Dry Needling é em relação à carga horária e inexperiência para realizar um agulhamento profundo. O curso pode ser ministrado em um final de semana com duração de 20 horas/aula, diferentemente da Acupuntura, com um curso de dois anos de duração. Recomenda-se que o interessado faça o curso de Acupuntura e, posteriormente, o curso de Dry Needling, garantindo maior experiência e segurança tanto para o paciente, quanto para o terapeuta.

O vídeo mostra a aplicação das agulhas nos pontos dolorosos.





Referências: 

1. Baldry P. Superficial dry needling at myofascial trigger point sites. J Musculoskele Pain 1995;3(3):117-26.


2. Hong CZ. Lidocaine injection versus dry needling to myofascial trigger point. The importance of the local
twitch response. Am J Phys Med Rehabil 1994;73: 256–63.

3. Garvey, T.A., Marks, M.R., Wiesel, S.W., 1989. A prospective, randomised, double blind evaluation of trigger point therapy for lower back pain. Spine 14, 962 –964.

4. Karakurum, B., Karaalin, O., Coskun, O., Dora, B., Ucler, S., Inan, L., 2001. The dry needle technique: intramuscular stimulation in tensiontype headache. Cephalalgia 21, 813–817.

5. Huguenin LK. Myofascial trigger points: the current evidence. Physical Therapy in Sport 5 (2004) 2–1.

6. Osborne NJ, Gatt IT. Management of shoulder injuries using dry needling in elite volleybo players. Acupunct Med 2010;28:42-45.



Postado por Ana Carolina G. Semedo

quarta-feira, 26 de setembro de 2012


Este ano de 2012 é o ano Europeu do envelhecimento ativo. “Ainda há muito o que viver após os 60 e a sociedade tem apreciado cada vez mais a contribuição que os mais velhos tem a dar. Isso é envelhecimento ativo: desfrutar mais da vida enquanto envelhece, não menos; seja no trabalho, em casa, ou na comunidade. Isso pode ajudar não só o idoso como indivíduo mas a sociedade como um todo. 

  Para colocar em prática a política do envelhecimento ativo, programas de atenção aos idosos tem sido criados. Em ribeirão Preto, o Programa de integracão comunitária surgiu da necessidade de dirigir a atenção à práticas de saúde que levem as comunidades a desenvolverem hábitos de vida de modo a ampliarem o seu grau de resistência a determinadas morbidades. Além de estimular os idosos a envelhecerem de maneira ativa e saudável.

Um estudo que analisou os benefícios cardiovasculares proporcionados pelo exercício físico em 60 idosos, mostrou que o exercício diminuiu significantemente a pressão sistólica e diastólica e melhorou o desempenho físico dos indivíduos, concluindo que é uma ferramenta complementar importante no controle da pressão arterial até mesmo em indivíduos idosos hipertensivos (Westhoff et al, 2007).

A fim de colaborar com o envelhecimento ativo, evitar as perdas musculares, melhorar a condições cardio-respiratórias e minimizar quaisquer déficits causados pela idade, algumas modalidades esportivas foram adaptadas para prática de idosos.

Os jogos Regionais do idoso, que têm por objetivos valorizar e estimular a prática esportiva, como fator de promoção de saúde e bem estar, resgatando a auto-estima para melhor convívio social de pessoas idosas, acontecem em várias regiões do estado.
       
São 14 (catorze) modalidades diferentes adaptadas para o público idoso, tais como:
        Bocha,  Atletismo (corrida), Buraco, Coreografia (dança), Damas, Dominó, Danças de salão,  Malha, Truco, Natação, Vôlei adaptado,  Tênis de mesa, Tênis e Xadrez.
Os Jogos são disputados nestas modalidades, nas seguintes categorias:

         ATLETISMO E NATAÇÃO Masculino e Feminino
         Categoria “A” – de 60 à 64 anos
          Categoria “B” – de 65 à 69 anos
         Categoria “C” – de 70 à 74 anos
Categoria “D” – de 75 à 79 anos 
         Categoria “E” – de 80 a 84 anos
         Categoria “F” – acima de 85 anos

DANÇA DE SALÃO MISTO, TÊNIS, TÊNIS DE MESA E VOLEIBOL ADAPTADO Masculino e Feminino
Categoria “A” – de 60 a 69 anos
Categoria “B” – acima de 70 anos


NATACAO—crawl e costas
Os nadadores escolhem a saida de dentro da piscina ou de fora
Categoria A  e Categoria B - Masculino e Feminino - 50 mts;
 Categoria C, D , E e F -Masculino e Feminino - 25 mts,

ATLETISMO:
Categoria A - Masculino - 2.000 mts e Feminino - 1.500 mts
Categoria B - Masculino - 1.500 mts e Feminino - 1.200 mts
Categoria C - Masculino - 1.000 mts e Feminino - 600 mts
Categoria D - Masculino - 800 mts e Feminino - 600 mts
Categoria E - Masculino - 600 mts e Feminino - 600 mts
Categoria F - Masculino - 600 mts e Feminino - 600 mts


TENIS- regras normais. As partidas serão em melhor de 01 (Um) set e disputadas por duplas em eliminatória simples

TENIS DE MESA- regras oficias. Na 1a fase (Grupos) serão disputados jogos em melhor de três sets de 11 pontos e na 2a fase (Eliminatória) melhor de 05 sets de 11 pontos.




VOLEIBOL SIMPLIFICADO
- Saque com uma das maõs
- A qualquer jogador, em qualquer momento não será permitido reter a bola por mais de cinco segundos.
a) Para jogo do sexo feminino o saque pode ser um metro dentro da quadra
- Ao recebr o saue, o jogador pode:
  a) Rebatê-la, pegá-la com uma ou com as duas mãos e retê-la (segurá-la, e,  até encaixá-la, momentaneamente);
  b)dar passo com pé de apoio
  c) Deverá executar um passe para  um colega.
- É permitido a qualquer momento ao jogador a recepção de bola com sua imediata e rápida recuperação caso a mesma fuja incontrolável e temporariamente de sua posse (“PIPOCAR” OU “DOIS TOQUES”).
-- O JOGADOR PODE LANÇAR A BOLA PARA O CAMPO ADVERSARIO, SALTANDO OU NÃO, de qualquer região da quadra. Se for jogador atacante no momento.
-- A bola deve tocar o adversario para ter um ponto validado quando na zona de ataque adversaria (linhas dos 3 metros)  
 ou Ter seu ataque invalidado se realizar o envio da bola para o lado adversário se naquele momento for jogador defensor e estiver dentro de seu próprio campo de ataque.
Se a bola tocar nas antenas da rede será considerada “bola fora”.
O jogo consiste em melhor de três sets de quinze pontos com vantagem de dois até um limite de 17 (dezessete) pontos, com seis jogadores.
De todos os jogadores reservas três deverão participar do jogo durante  todo o segundo “set”..
Rede de 2,43m sexo masculino e 2,24 para feminino.  



Para participar dos jogos regionais, o idoso deverá ter no mínimo 60 (sessenta) anos completados no ano dos jogos.Terminada a fase regional, os 2 (dois) primeiros classificados em cada modalidade, participam do JEI- Jogos Estaduais do Idoso (final).


São condições fundamentais para que um atleta participe do JORI:
a) Fazer parte de Projetos Sociais apoiados ou desenvolvidos pelo Fundo Social de Solidariedade do seu Município;
b) Ter 60 (sessenta) anos completos ou a serem completados no ano de 2012, ou idade superior;
c) Apresentar antes de sua participação um documento original público que o identifique através de fotografia

PARTICIPE TAMBÉM!!!!!



REFERENCIAS:

http://esporteterceiraidade.blogspot.com.br/2011/11/voleibol-simplificado-professor-miguel.html

http://www.selj.sp.gov.br/regulamentos_2012/regulamento_jori_2012.pdf
Westhoff TH, Franke N, Schmidt S, Vallbracht-Israng K, Meissner R, Yildirim H, Schlattmann P, Zidek W, Dimeo F, van der Giet M Too Old to Benefit from Sports? The Cardiovascular Effects of Exercise Training in Elderly Subjects Treated for Isolated Systolic Hypertension. Kidney Blood Press Res 2007;30:240-247

PALHA, P.F.; LIMA, G.M.de; MENDES, I.J.M. Programa de integração comunitária: em busca de novas estratégias e novos sentidos à vida. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2, p. 5-10, abril 2000.

Fotos http://vitalidade.net/

postado por Letícia Villani de Oliveira

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Lesões musculares

Lesões Musculares

Tyson Gay

  As lesões musculares vêm sendo estudadas por muitos pesquisadores, devido ao grande número de ocorrências. Porém ainda é escasso os estudos clínicos na área, provavelmente, pela falta de heterogeneidade na gravidade dos ferimentos e aos diferentes músculos lesionados, tornando-se muito exigente para realizar ensaios clínicos(4). A maior compreensão sobre os mecanismo de lesão, as alterações histológicas e bioquímicas das células, após uma lesão  ajuda os profissionais a diagnostica-las e trata- las de forma adequada, proporcionando um tratamento efetivo. Segundo dados, as lesões musculares são as lesões mais recorrentes na prática esportiva, com uma incidência variando entre 10% e 55% de todas as lesões (1), sendo que cerca de 90% das lesões localizam-se na pelve e membro inferior (2).
  As lesões podem ocorrer de forma direta e indireta, podem ser parcial e total. Além disso, podem ser classificadas em traumáticas, como o estiramento, contusão e a laceração, ou atraumáticas, onde se enquadram a cãibra e o dolorimento muscular(2).

  O estiramento muscular ocorre de forma indireta, local mais acometido é a junção miotendínea ou na inserção tendinosa do osso, os músculos biarticulares estão mais propensos, devido à grande quantidade de fibras do tipo II, e há presença de hematoma(2). Os estiramentos são classificados em três graus, conforme a extensão e o número de miofibrilas lesionadas.

  A contusão muscular ocorre de forma direta, é caracterizado por dor, edema difuso, hematoma discreto e limitação de força e mobilidade. São classificadas conforme as restrições da mobilidade articular, podendo ser leve ou grave (2). A laceração muscular é caracterizada pela formação de cicatriz fibrosa.

Angel Di María sofreu contusão. Fonte:gazetaesportiva.net 

   A rotura de pequenos vasos do tecido celular subcutâneo ou da própria derme dará origem à equimose, e  na rotura de vasos mais calibrosos, o sangue pode infiltrar-se no tecido celular subcutâneo e nos músculos, permanecer coletado entre os septos intermusculares ou entre o músculo e o osso, formando hematomas (5). Estes podem ser intermuscular, o qual o sangue extravasa pela fáscia muscular e septos intermusculares, e intramuscular, no qual o sangue não extravasa ( mais difíceis de serem resolvidos e possuem maior índice de complicações)(2).
  O diagnóstico de uma lesão muscular começa com uma história cuidadosa da ocorrência do trauma, seguido de exame clínico que consiste de inspeção e palpação dos músculos envolvidos, bem como testes da função dos músculos feridos ambos sem e com resistência externa. O diagnóstico clínico de lesão muscular é suficiente na maioria dos casos, mas a ultra-sonografia pode ser considerada uma ferramenta válida para uma caracterização mais exata da lesão. A Ressonância magnética, pode ser utilizada quando há discrepância existente entre os sintomas do paciente e as conclusões médicas(6).

Tyson Gay

  O tratamento imediato para as lesões musculares é a técnica PRICE(  pressão, repouso, gelo, imobilização e elevação ). O objetivo do protocolo é para cessar o sangramento, assim, minimizando a extensão da lesão (4), importante aplicar várias vezes, durante 15 à 30 minutos.
  Apesar da  imobilização demonstrar alguns efeitos benéficos na fase inicial de regeneração muscular, ela também tem vários efeitos clinicamente indesejados. Por exemplo, a inatividade pode estar associada à significativa atrofia das fibras musculares saudáveis​​, a deposição excessiva de tecido conjuntivo dentro do tecido muscular, e um retardo na reabilitação  da força do músculo esquelético, danificado durante o período de imobilização. Em resumo, um curto período de imobilização após a lesão muscular é benéfica, mas deve ser limitado apenas para os primeiros dias após a lesão (6).
  Os efeitos positivos da mobilização precoce na regeneração do músculo esquelético lesado, não são limitados apenas a alterações histológicas, como tem sido demonstrado, que a força do músculo lesionado retorna ao nível do músculo sem ferimentos mais rapidamente, do que se o músculo tivesse sido imobilizado após o trauma(3). Alguns trabalhos mostram que a mobilização ativa logo após a lesão, podem favorecer a re-rupturas no mesmo sitio da lesão, o que prolonga o retorno as atividades físicas.
Leandro Vissotto

  O protocolo de reabilitação, segundo Cohen et.al , consiste em 4 fases:
·         Fase 1 ( 1ª semana): Objetivos: diminuir a dor, controlar processo inflamatório e manter a condição física. Conduta: TENS, PRICE (48-72h), US pulsado e condicionamento dos segmentos adjacentes à lesão.
·         Fase 2 ( 2- 3 semanas): Objetivos: auxiliar reparação tecidual, restaurar flexibilidade, ganhar força muscular, melhorar o controle sensoriomotor e manter a condição física. Conduta: OC/ US contínuo, alongamentos na tolerância do paciente, exercícios isométricos e isotônicos, inicio do trote e bicicleta ergométrica com carga mínima.
·         Fase 3 ( 4 semanas): Objetivos: ênfase no ganho de flexibilidade e ganho de força, melhora do controle sensoriomotor, manutenção da condição física. Conduta: alongamentos muscular e exercícios resistidos isotônicos, enfatizando o treino excêntrico, inicio do treino pliométrico, trote e inicio da corrida, evolução do treino sensóriomotor.
·         Fase 4 ( 5 semanas): Objetivo: retorno as atividades esportivas. Conduta: evolução do treino pliométrico, treino esportivo e reintrodução ao esporte.
Vale lembrar que cada caso é invidual e a progressão deve ocorrer conforme o paciente

 
  Dentre outras métodos utilizados é a  terapia de oxigênio hiperbarica e o uso de plasma rico em plaquetas( PRP), que ainda é questionado quanto a eficácia, necessitando de  mais estudos para seu uso( 7).
  Portanto, uma lesão muscular não deve ser negligenciada. Um médico deve ser procurado para realizar o diagnostico e em lesões com niveis mais importantes devem ser acompanhadas por um fisioterapeuta. A reabilitação de lesões musculares é importantissima, assim, evitando maiores danos futuros.





Referências
1.      Beiner JM, Jokl P. Muscle contusion injuries: current treatment options. J Am Acad Orthop Surg. 2001 9:227-237
2.      Cohen,M, Abdalla,RJ. Lesões nos Esportes: Diagnóstico, prevenção e tratamento.Cap 42.Ed. Revinter.
3.      Järvinen M. Healing of a crush injury in rat striated muscle, 4: effect of early mobilization and immobilization on the tensile properties of gastrocnemius muscle. Acta Chir Scand. 1976;142:47-56

4.      Jarvinen, TAH; Jarvinen , TLN; Aarima, V; Vaittinen, S; Kalimo, H; Jarvinen, M. Muscle injuries: optimising recovery. Best Practice & Research Clinical Rheumatology. Vol. 21, No. 2, pp. 317–331, 2007
5.      Lopes, AS; Kattan, R ; Costa, S; Moura, CE. Estudo clínico de classificação das lesões musculares. Rev Bras Ortop – Vol. 28, Nº 10 – Outubro, 1993.
6.      Tero A. H. Järvinen, Teppo L. N. Järvinen, Minna Kääriäinen, Hannu Kalimo and Markku Järvinen. Muscle Injuries. Am J Sports Med 2005 33: 745
7.      Harmon, KG; Muscle injuries and PRP: what does the science say?. Br J Sports Med July 2010 Vol 44 No 9

Postado por Alessandra V.P.B

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Atletas de Final de Semana


Atletas de Final de Semana



Atualmente no Brasil, as lesões na corrida (atletismo e corrida de rua) não são mais exclusivas dos atletas de alto nível ou amadores. Por ser um dos esportes com maior quantidade de praticantes nos dias atuais (devido ao fácil acesso e baixas despesas com equipamentos especificos), elas afetam também a parcela da população que pratica atividade física apenas aos sábados e/ou domingos; os chamados “Atletas de final de Semana”.  
Muito se fala sobre as lesões musculares de atletas de alto nível, ou então de profissionais e amadores que correm sem uma equipe de apoio, formada por fisioterapeutas e médicos que possam orientar o atleta no caso de contusão. Mas dentro desse quadro a pior situação é do atleta de fim de semana, já que ele deve tomar mais cuidado, porque a falta de condicionamento e treinamento o expõe a lesões ainda mais complicadas.

Dentre as lesões mais comuns em atletas de fim de semana estão:
Luxações: Separação ou deslocamento das partes ósseas numa superfície articular ou perda completa da superfície de contato entre os ossos de uma articulação.
Tendinites: Resposta inflamatória a um micro-trauma de um tendão. Esse mal é mais comum em atletas que fazem esforço físico repetitivo. Em atletas de corrida é comum acontecer a famosa tendinite patelar (ou joelho de corredor como alguns chamam). Acontece por falta de alongamento, fortalecimento muscular e ausência de orientação nos treinos.
Contusões: É uma escoriação. Geralmente decorre de pancadas e batidas. Ela depende do grau do impacto para diagnosticar como leve, moderada ou grave. No futebol a contusão é algo bastante freqüente.
Entorses: Lesão articular que ocorre quando o movimento numa articulação excede a amplitude normal do movimento, ocorrendo um deslocamento súbito da articulação. Os mais comuns são entorses no tornozelo e no joelho. Na grande maioria das vezes ocorre uma lesão ligamentar associada e dependendo do entorse “pode“ ocorrer uma fratura por avulsão.
Distensão muscular: Nome comum para uma ruptura de fibras musculares ou do tecido fibroso do músculo, geralmente causado por um esforço muito grande ou por estresse muscular. Também conhecido por estiramento muscular
Fratura: Os ossos de pessoas sadias se tornam mais densos e fortes quando submetidos à pressão constante, por isso, pessoas ativas que fazem exercícios com regularidade, têm menos probabilidade de fraturas. Tanto os atletas de fim de semana, quanto os atletas profissionais, podem apresentar fraturas por estresse. Causada por excesso de treinamento (overtraining) ou fraqueza muscular.

Hoje em dia, o atleta profissional sofre com a carga de treinamento e o atleta de fim de semana sofre com a falta de condicionamento físico, que é um fator de sobrecarga diária que compromete o rendimento e potencializa lesões.
Orientações a respeito das técnicas esportivas vão além de tradicionais alongamentos e aquecimentos. Exercícios educativos são importantes para o aprimoramento do gesto esportivo, trabalhando principalmente aspectos como memória muscular, ajuste postural, condicionamento, técnica além da otimização do gasto energético.
O fisioterapeuta juntamente com uma equipe multidisciplinar, trabalha neste aspecto prevenindo possíveis lesões e/ou acelerando a reabilitação e consequentemente o retorno ‘desses atletas’ à prática esportiva.

Nesse contexto a Liga de Fisioterapia Esportiva irá promover em breve um “Mini-curso de Lesões na corrida”.. Fiquem atentos a esta e mais novidades, além de outras informações à respeito do curso de Bandagem Rígida, aqui no Blog, no perfil da LiFE no Facebook ou ainda, qualquer dúvida, etrem em contato com a gestão pelo email: life.fmrp@gmail.com