Paradigmas são as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência.”
(Kuhn, 1997)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012


Este ano de 2012 é o ano Europeu do envelhecimento ativo. “Ainda há muito o que viver após os 60 e a sociedade tem apreciado cada vez mais a contribuição que os mais velhos tem a dar. Isso é envelhecimento ativo: desfrutar mais da vida enquanto envelhece, não menos; seja no trabalho, em casa, ou na comunidade. Isso pode ajudar não só o idoso como indivíduo mas a sociedade como um todo. 

  Para colocar em prática a política do envelhecimento ativo, programas de atenção aos idosos tem sido criados. Em ribeirão Preto, o Programa de integracão comunitária surgiu da necessidade de dirigir a atenção à práticas de saúde que levem as comunidades a desenvolverem hábitos de vida de modo a ampliarem o seu grau de resistência a determinadas morbidades. Além de estimular os idosos a envelhecerem de maneira ativa e saudável.

Um estudo que analisou os benefícios cardiovasculares proporcionados pelo exercício físico em 60 idosos, mostrou que o exercício diminuiu significantemente a pressão sistólica e diastólica e melhorou o desempenho físico dos indivíduos, concluindo que é uma ferramenta complementar importante no controle da pressão arterial até mesmo em indivíduos idosos hipertensivos (Westhoff et al, 2007).

A fim de colaborar com o envelhecimento ativo, evitar as perdas musculares, melhorar a condições cardio-respiratórias e minimizar quaisquer déficits causados pela idade, algumas modalidades esportivas foram adaptadas para prática de idosos.

Os jogos Regionais do idoso, que têm por objetivos valorizar e estimular a prática esportiva, como fator de promoção de saúde e bem estar, resgatando a auto-estima para melhor convívio social de pessoas idosas, acontecem em várias regiões do estado.
       
São 14 (catorze) modalidades diferentes adaptadas para o público idoso, tais como:
        Bocha,  Atletismo (corrida), Buraco, Coreografia (dança), Damas, Dominó, Danças de salão,  Malha, Truco, Natação, Vôlei adaptado,  Tênis de mesa, Tênis e Xadrez.
Os Jogos são disputados nestas modalidades, nas seguintes categorias:

         ATLETISMO E NATAÇÃO Masculino e Feminino
         Categoria “A” – de 60 à 64 anos
          Categoria “B” – de 65 à 69 anos
         Categoria “C” – de 70 à 74 anos
Categoria “D” – de 75 à 79 anos 
         Categoria “E” – de 80 a 84 anos
         Categoria “F” – acima de 85 anos

DANÇA DE SALÃO MISTO, TÊNIS, TÊNIS DE MESA E VOLEIBOL ADAPTADO Masculino e Feminino
Categoria “A” – de 60 a 69 anos
Categoria “B” – acima de 70 anos


NATACAO—crawl e costas
Os nadadores escolhem a saida de dentro da piscina ou de fora
Categoria A  e Categoria B - Masculino e Feminino - 50 mts;
 Categoria C, D , E e F -Masculino e Feminino - 25 mts,

ATLETISMO:
Categoria A - Masculino - 2.000 mts e Feminino - 1.500 mts
Categoria B - Masculino - 1.500 mts e Feminino - 1.200 mts
Categoria C - Masculino - 1.000 mts e Feminino - 600 mts
Categoria D - Masculino - 800 mts e Feminino - 600 mts
Categoria E - Masculino - 600 mts e Feminino - 600 mts
Categoria F - Masculino - 600 mts e Feminino - 600 mts


TENIS- regras normais. As partidas serão em melhor de 01 (Um) set e disputadas por duplas em eliminatória simples

TENIS DE MESA- regras oficias. Na 1a fase (Grupos) serão disputados jogos em melhor de três sets de 11 pontos e na 2a fase (Eliminatória) melhor de 05 sets de 11 pontos.




VOLEIBOL SIMPLIFICADO
- Saque com uma das maõs
- A qualquer jogador, em qualquer momento não será permitido reter a bola por mais de cinco segundos.
a) Para jogo do sexo feminino o saque pode ser um metro dentro da quadra
- Ao recebr o saue, o jogador pode:
  a) Rebatê-la, pegá-la com uma ou com as duas mãos e retê-la (segurá-la, e,  até encaixá-la, momentaneamente);
  b)dar passo com pé de apoio
  c) Deverá executar um passe para  um colega.
- É permitido a qualquer momento ao jogador a recepção de bola com sua imediata e rápida recuperação caso a mesma fuja incontrolável e temporariamente de sua posse (“PIPOCAR” OU “DOIS TOQUES”).
-- O JOGADOR PODE LANÇAR A BOLA PARA O CAMPO ADVERSARIO, SALTANDO OU NÃO, de qualquer região da quadra. Se for jogador atacante no momento.
-- A bola deve tocar o adversario para ter um ponto validado quando na zona de ataque adversaria (linhas dos 3 metros)  
 ou Ter seu ataque invalidado se realizar o envio da bola para o lado adversário se naquele momento for jogador defensor e estiver dentro de seu próprio campo de ataque.
Se a bola tocar nas antenas da rede será considerada “bola fora”.
O jogo consiste em melhor de três sets de quinze pontos com vantagem de dois até um limite de 17 (dezessete) pontos, com seis jogadores.
De todos os jogadores reservas três deverão participar do jogo durante  todo o segundo “set”..
Rede de 2,43m sexo masculino e 2,24 para feminino.  



Para participar dos jogos regionais, o idoso deverá ter no mínimo 60 (sessenta) anos completados no ano dos jogos.Terminada a fase regional, os 2 (dois) primeiros classificados em cada modalidade, participam do JEI- Jogos Estaduais do Idoso (final).


São condições fundamentais para que um atleta participe do JORI:
a) Fazer parte de Projetos Sociais apoiados ou desenvolvidos pelo Fundo Social de Solidariedade do seu Município;
b) Ter 60 (sessenta) anos completos ou a serem completados no ano de 2012, ou idade superior;
c) Apresentar antes de sua participação um documento original público que o identifique através de fotografia

PARTICIPE TAMBÉM!!!!!



REFERENCIAS:

http://esporteterceiraidade.blogspot.com.br/2011/11/voleibol-simplificado-professor-miguel.html

http://www.selj.sp.gov.br/regulamentos_2012/regulamento_jori_2012.pdf
Westhoff TH, Franke N, Schmidt S, Vallbracht-Israng K, Meissner R, Yildirim H, Schlattmann P, Zidek W, Dimeo F, van der Giet M Too Old to Benefit from Sports? The Cardiovascular Effects of Exercise Training in Elderly Subjects Treated for Isolated Systolic Hypertension. Kidney Blood Press Res 2007;30:240-247

PALHA, P.F.; LIMA, G.M.de; MENDES, I.J.M. Programa de integração comunitária: em busca de novas estratégias e novos sentidos à vida. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2, p. 5-10, abril 2000.

Fotos http://vitalidade.net/

postado por Letícia Villani de Oliveira

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Lesões musculares

Lesões Musculares

Tyson Gay

  As lesões musculares vêm sendo estudadas por muitos pesquisadores, devido ao grande número de ocorrências. Porém ainda é escasso os estudos clínicos na área, provavelmente, pela falta de heterogeneidade na gravidade dos ferimentos e aos diferentes músculos lesionados, tornando-se muito exigente para realizar ensaios clínicos(4). A maior compreensão sobre os mecanismo de lesão, as alterações histológicas e bioquímicas das células, após uma lesão  ajuda os profissionais a diagnostica-las e trata- las de forma adequada, proporcionando um tratamento efetivo. Segundo dados, as lesões musculares são as lesões mais recorrentes na prática esportiva, com uma incidência variando entre 10% e 55% de todas as lesões (1), sendo que cerca de 90% das lesões localizam-se na pelve e membro inferior (2).
  As lesões podem ocorrer de forma direta e indireta, podem ser parcial e total. Além disso, podem ser classificadas em traumáticas, como o estiramento, contusão e a laceração, ou atraumáticas, onde se enquadram a cãibra e o dolorimento muscular(2).

  O estiramento muscular ocorre de forma indireta, local mais acometido é a junção miotendínea ou na inserção tendinosa do osso, os músculos biarticulares estão mais propensos, devido à grande quantidade de fibras do tipo II, e há presença de hematoma(2). Os estiramentos são classificados em três graus, conforme a extensão e o número de miofibrilas lesionadas.

  A contusão muscular ocorre de forma direta, é caracterizado por dor, edema difuso, hematoma discreto e limitação de força e mobilidade. São classificadas conforme as restrições da mobilidade articular, podendo ser leve ou grave (2). A laceração muscular é caracterizada pela formação de cicatriz fibrosa.

Angel Di María sofreu contusão. Fonte:gazetaesportiva.net 

   A rotura de pequenos vasos do tecido celular subcutâneo ou da própria derme dará origem à equimose, e  na rotura de vasos mais calibrosos, o sangue pode infiltrar-se no tecido celular subcutâneo e nos músculos, permanecer coletado entre os septos intermusculares ou entre o músculo e o osso, formando hematomas (5). Estes podem ser intermuscular, o qual o sangue extravasa pela fáscia muscular e septos intermusculares, e intramuscular, no qual o sangue não extravasa ( mais difíceis de serem resolvidos e possuem maior índice de complicações)(2).
  O diagnóstico de uma lesão muscular começa com uma história cuidadosa da ocorrência do trauma, seguido de exame clínico que consiste de inspeção e palpação dos músculos envolvidos, bem como testes da função dos músculos feridos ambos sem e com resistência externa. O diagnóstico clínico de lesão muscular é suficiente na maioria dos casos, mas a ultra-sonografia pode ser considerada uma ferramenta válida para uma caracterização mais exata da lesão. A Ressonância magnética, pode ser utilizada quando há discrepância existente entre os sintomas do paciente e as conclusões médicas(6).

Tyson Gay

  O tratamento imediato para as lesões musculares é a técnica PRICE(  pressão, repouso, gelo, imobilização e elevação ). O objetivo do protocolo é para cessar o sangramento, assim, minimizando a extensão da lesão (4), importante aplicar várias vezes, durante 15 à 30 minutos.
  Apesar da  imobilização demonstrar alguns efeitos benéficos na fase inicial de regeneração muscular, ela também tem vários efeitos clinicamente indesejados. Por exemplo, a inatividade pode estar associada à significativa atrofia das fibras musculares saudáveis​​, a deposição excessiva de tecido conjuntivo dentro do tecido muscular, e um retardo na reabilitação  da força do músculo esquelético, danificado durante o período de imobilização. Em resumo, um curto período de imobilização após a lesão muscular é benéfica, mas deve ser limitado apenas para os primeiros dias após a lesão (6).
  Os efeitos positivos da mobilização precoce na regeneração do músculo esquelético lesado, não são limitados apenas a alterações histológicas, como tem sido demonstrado, que a força do músculo lesionado retorna ao nível do músculo sem ferimentos mais rapidamente, do que se o músculo tivesse sido imobilizado após o trauma(3). Alguns trabalhos mostram que a mobilização ativa logo após a lesão, podem favorecer a re-rupturas no mesmo sitio da lesão, o que prolonga o retorno as atividades físicas.
Leandro Vissotto

  O protocolo de reabilitação, segundo Cohen et.al , consiste em 4 fases:
·         Fase 1 ( 1ª semana): Objetivos: diminuir a dor, controlar processo inflamatório e manter a condição física. Conduta: TENS, PRICE (48-72h), US pulsado e condicionamento dos segmentos adjacentes à lesão.
·         Fase 2 ( 2- 3 semanas): Objetivos: auxiliar reparação tecidual, restaurar flexibilidade, ganhar força muscular, melhorar o controle sensoriomotor e manter a condição física. Conduta: OC/ US contínuo, alongamentos na tolerância do paciente, exercícios isométricos e isotônicos, inicio do trote e bicicleta ergométrica com carga mínima.
·         Fase 3 ( 4 semanas): Objetivos: ênfase no ganho de flexibilidade e ganho de força, melhora do controle sensoriomotor, manutenção da condição física. Conduta: alongamentos muscular e exercícios resistidos isotônicos, enfatizando o treino excêntrico, inicio do treino pliométrico, trote e inicio da corrida, evolução do treino sensóriomotor.
·         Fase 4 ( 5 semanas): Objetivo: retorno as atividades esportivas. Conduta: evolução do treino pliométrico, treino esportivo e reintrodução ao esporte.
Vale lembrar que cada caso é invidual e a progressão deve ocorrer conforme o paciente

 
  Dentre outras métodos utilizados é a  terapia de oxigênio hiperbarica e o uso de plasma rico em plaquetas( PRP), que ainda é questionado quanto a eficácia, necessitando de  mais estudos para seu uso( 7).
  Portanto, uma lesão muscular não deve ser negligenciada. Um médico deve ser procurado para realizar o diagnostico e em lesões com niveis mais importantes devem ser acompanhadas por um fisioterapeuta. A reabilitação de lesões musculares é importantissima, assim, evitando maiores danos futuros.





Referências
1.      Beiner JM, Jokl P. Muscle contusion injuries: current treatment options. J Am Acad Orthop Surg. 2001 9:227-237
2.      Cohen,M, Abdalla,RJ. Lesões nos Esportes: Diagnóstico, prevenção e tratamento.Cap 42.Ed. Revinter.
3.      Järvinen M. Healing of a crush injury in rat striated muscle, 4: effect of early mobilization and immobilization on the tensile properties of gastrocnemius muscle. Acta Chir Scand. 1976;142:47-56

4.      Jarvinen, TAH; Jarvinen , TLN; Aarima, V; Vaittinen, S; Kalimo, H; Jarvinen, M. Muscle injuries: optimising recovery. Best Practice & Research Clinical Rheumatology. Vol. 21, No. 2, pp. 317–331, 2007
5.      Lopes, AS; Kattan, R ; Costa, S; Moura, CE. Estudo clínico de classificação das lesões musculares. Rev Bras Ortop – Vol. 28, Nº 10 – Outubro, 1993.
6.      Tero A. H. Järvinen, Teppo L. N. Järvinen, Minna Kääriäinen, Hannu Kalimo and Markku Järvinen. Muscle Injuries. Am J Sports Med 2005 33: 745
7.      Harmon, KG; Muscle injuries and PRP: what does the science say?. Br J Sports Med July 2010 Vol 44 No 9

Postado por Alessandra V.P.B